A
competição, como motor da economia de mercado, atrela o conceito ao estilo de
um desenvolvimento eficiente, postulando o benefício do consumidor e da
sociedade com ofertas e possibilidades de escolhas de produtos, bens e serviços.
Para
que isso ocorra de forma favorável às empresas, necessário se faz que inversões
tecnológicas sejam sucessivamente desenvolvidas, e assim, alcancem vantagens
competitivas de seus produtos, bens e serviços disponibilizados no mercado.
Mas,
nem sempre é assim, a própria competição se mostra desvantajosa e a empresa
tende a monopolizar o mercado ou substituir produtos da linha de produção ou de
sua mistura de negócios, programando sua durabilidade, funcionalidade e
existência no tempo e espaço necessários à sua própria sobrevivência em
detrimento da qualidade dos produtos, capacidade de adaptabilidade paralela aos
novos itens e acessórios que faz com que se tornem descartáveis e, ou,
obsoletos.
Houve
um tempo em que os produtos e serviços, logo após a Revolução Industrial, eram
desenvolvidos de forma seletiva, como, por exemplo, com a fabricação de
relógios, quase que artesanalmente, trabalhados para proporcionar ao cliente
sua utilização por um longo período de funcionamento e utilidade, podendo ser
consertado através da substituição de peças mais frágeis produzidas com
materiais menos resistentes ao uso e tempo, às intempéries e sinistros.
“O modelo das Cinco Forças de Porter foi concebido por Michael Porter em 1979 e destina-se à
análise da competição entre empresas.
Considera cinco factores, as "forças" competitivas, que devem ser
estudados para que se possa desenvolver uma estratégia empresarial eficiente. Porter refere-se a essas forças
como microambiente, em contraste com o termo mais geral macroambiente. Utilizam dessas forças em uma empresa que afeta a
sua capacidade para servir os seus clientes e obter lucros”[i]
A rivalidade
entre concorrentes, o poder de barganha dos fornecedores, o poder de barganha
dos clientes, ameaça de novos entrantes na concorrência, ameaça de produtos
substitutos foram apontadas nos estudos de Michael Porter como determinantes
para uma verificação e análise da vantagem competitiva.
Portanto,
nesse texto trata-se de criticar a contradição enredada entre os conceitos
tema, apontando sua ambigüidade operativa.
Por
outro lado, a fabricação em série, a especialização funcional, a utilização de
máquinas e robôs, desenvolvimento de produtos inteligentes como programas de
computadores e computadores, veículos automotores, jogos, perfumes e jóias
dentre outros com qualidade e durabilidade, também garantiu vantagem
competitiva pelos atributos dos produtos, sua permanência, durabilidade,
confiança e funcionalidade para os consumidores, otimizando lucros para as
empresas em um mercado estável e continuo, mesmo que com crescimento moderado.
Dessa
forma, a adoção de uma linha de produção, da oferta de produtos e serviços
baseada na precariedade programada, com um planejamento em série de produtos ou
família de produtos já previamente desenvolvidos ou em fase de desenvolvimento
em substituição àqueles disponibilizados no mercado aos consumidores, sem os
atributos necessários para sua adaptação, conserto ou modificação, tornando-os,
descartáveis diante de novas tecnologias, preço, aplicabilidade de conteúdos,
como se dá atualmente com programas para computadores, computadores, aparelhos
de telefonia móvel, veículos automotores e em linhas gerais em comparação com a
indústria da moda de vestuário feminino, pode ser considerado como um passo
“politicamente incorreto” das organizações frente ao apelo da sustentabilidade
e da despoluição do meio-ambiente.
Um
exemplo de que esse modelo pode ser invertido e depende, em parte, do poder de
barganha do consumidor, se deu com a fabricação de baterias para celulares.
Hoje as baterias são mais duráveis, agüentam e sustentam mais carga e foram
desenvolvidos aparelhos que monitoram sua economia quando em estado inativo de
uso. O contrário seria adoção de uma política de substituição de baterias com
tempo de vida mínimo que alimentasse uma indústria qual a indústria de baterias
para rádios e eletro eletrônicos.
A
degradação do meio-ambiente, o lixo industrial desenfreado com contaminação de
lençóis freáticos, de rios e de mares tem sido agravado pela fabricação de
produtos de mão-única, descartáveis e em pouco tempo obsoletos sem que os
responsáveis objetivos, fabricantes que praticam esse modelo econômico para
obtenção de vantagem competitiva a curto e médio prazos, desenvolvendo itens
previamente programados para se tornarem obsoletos, sejam punidos ou
responsabilizados civilmente.