Em face de sua importância, a partir de Chester Barnard (1866-1961)
o processo de tomada de decisão tem se firmado como uma parte essencial para o
trabalho dos administradores, firmando-se como disciplina própria a ser
estudada na teoria e testada na prática à luz dos casos e problemas
experimentados na iniciativa privada ou na coisa pública.
A decisão, quaisquer que sejam as alternativas ou possibilidades
apresentadas, sempre soa melhor do que a indecisão, uma vez que essa gera uma paralisia
na empresa, na obra ou no serviço.
Em termos gerais, sobre o processo de tomada de decisão deve ser
aferida sua qualidade e eficiência, principalmente relacionada a dois aspectos,
a um, pelo aspecto que nos remete à
dificuldade em prever o futuro, a dois, à dificuldade em fazer a reversão ao ‘status quo’ da conjuntura passada, levando-se em conta as
conseqüências sobre a decisão e sua eficiência frente à situação quanto às possibilidades de acerto,
erro e de impacto dentro de um ambiente de certeza, riscos e incertezas que
poderá ser positivo ou negativo para a organização, gerando lucros ou
prejuízos, sucesso ou insucesso.
O modelo racional (2) de tomada de decisão evoluiu dos estudos de
Victor H. Vroom (1932-) e sua teoria da expectação com uma abordagem
compreensiva e de processo em detrimento das teorias de conteúdo.
Compreende uma atitude formal e ideal de tomada de decisão que
passa pela identificação e o diagnóstico da situação pelo desenvolvimento e
avaliação de alternativas, pela seleção e implementação de uma possibilidade de
ação como resposta à situação diagnosticada, empós, prossegue-se com a
monitoração e maturação dessa resposta no tempo e espaço e na prática da
organização e sua ligação com o processo de tomada de decisão.
Herbert Alexander Simon (1916-2001) subverte esse modelo teórico
através de uma análise baseada no comportamento, no fator humano e intuitivo,
pela identificação das falhas estruturais com a introdução de elementos
psico-sociofilosóficos, pela incorporação da sociologia da burocracia às
organizações com enfoque sistêmico.
Segundo o autor Simon sofreu grande influência de Chester Barnard,
com isso introduziu o conceito de ‘satisfação’ como objetivo da administração
em detrimento da ‘maximização’ ou ‘otimização’, afastando o enfoque econômico
como preponderante, a ênfase do enfoque estatístico e da teoria dos jogos,
limitando assim o papel desses fatores do modelo racional puro, supostamente
exato e ideal no processo de tomada de decisão.
Assim, dependendo do caráter e da formação do administrador, de
seu olhar sobre a situação, se é mais ou menos conservador, se mais ou menos
propenso aos riscos no processo de tomada de decisão procura-se compreender e
identificar qual o papel dessas características e como se manifestam no
processo de tomada de decisão, individual ou coletivo, são os estilos do administrador
decidir.
O modelo (3) de Alan Rowe enumera quatro (4) estilos: diretivo,
comportamental, analítico e conceitual, com foco em duas dimensões: no
desempenho e na complexidade cognitiva.
A tomada de decisão na organização, nem sempre é tomada de forma
individual nem é a mais comum devido à responsabilidade e segurança que requer,
sem a necessária maturação das possibilidades e alternativas compreendidas pela
situação, daí que a tomada de decisão em grupo (4) com a participação dos
membros envolvidos e interessados, nas diretorias, comitês, equipes, etecetera e tal,
poderá levar a uma decisão com maior qualidade e precisão, maior diversidade de
opiniões, aceitação e legitimidade para consecução dos objetivos da
organização, desde que a organização tenha uma cultura e disposição de
participação ativa de seus membros graduados e subordinados nos destinos da
organização, com o risco de por em risco pela demora na tomada de decisão a eficácia
da empreitada.
*O presente artigo (Aula on-line da disciplina de Fundamentos de
Administração ministrado pela professora Ingrid Mazza – UFC- Campus Cariri –
dia 18/12/2012, com ênfase no Livro: SILVA, R. O. Teorias da Administração. São
Paulo : Editora Pearson Prentice Hall, 2008), fora formulado em cima dos
seguintes questionamentos, (1) quais as etapas do processo de tomada de decisão
e sua descrição; (2) em que o modelo racional de tomada de decisão difere do
modelo de Simon de racionalidade limitada; (3) quais os quatro estilos de
tomada de decisão e como esses estilos variam em função do nível que o
administrador ocupa na estrutura organizacional; e a discussão (4) sobre as
vantagens e as desvantagens de se utilizar uma equipe ou grupo para tomar
decisões.
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