terça-feira, 2 de outubro de 2012

À VIDA FALTA UMA PORTA

À VIDA FALTA UMA PARTE
SERIA O LADO DE FORA
PARA QUE SE VISSE PASSAR
AO MESMO TEMPO QUE PASSA
E NO FINAL FOSSE APENAS
UM TEMPO DE QUE SE ACORDA
NÃO UM SONO SEM RESPOSTA
À VIDA FALTA UMA PORTA (F.G)

Na EDIÇÃO DE N°. 2288 da REVISTA VEJA em suas PÁGINAS AMARELAS, ENTREVISTOU FERREIRA GULLAR (http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx.


(http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.poesiaspoemaseversos.com.br/w/wp-content/uploads/2012/01/ferreira-gullar-maos.jpg&imgrefurl).

O POETA EM SEU APOCALYPSE afirmou:

"Mas é um equivoco concluir que a derrocada do socialismo seja a prova de que o capitalismo é inteiramente bom. O capitalismo é a expressão do egoismo, da voracidade humana, da ganância. O ser humano é isso, com raras exceções. O capitalismo é forte porque é instintivo. O socialismo foi um sonho maravilhoso, uma realidade inventada que tinha como objetivo criar uma sociedade melhor. O capitalismo não é uma teoria. Ele nasceu da necessidade real da sociedade e dos instintos do se humano. Por isso ele é invencível. A força que torna o capitalismo invencível vem dessa origem natural indiscutível...".

"Não acho que o capitalismo seja justo. O capitalismo é uma fatalidade, não tem saída. Ele produz desigualdade e exploração. A natureza é injusta. A justiça é uma invenção humana. Um nasce inteligente e o outro burro. Um nasce atlético, o outro aleijado. Quem quer corrigir essa injustiça somos nós. A capacidade criativa do capitalismo é fundamental para a sociedade se desenvolver, para a solução da desigualdade, porque é só a produção da riqueza que resolve isso. A função do estado é impedir que o capitalismo leve a exploração ao nível que ele quer levar".

POR FIM, o poeta conclui:

"...Os mortos veem o mundo pelos olhos dos vivos. Não dá para escrever um poema sobre qualquer coisa. O mundo aparentemente está explicado, mas não está. Viver em um mundo sem explicação alguma ia deixar todo mundo louco. Mas, nenhuma explicação explica tudo, nem poderia. Então de vez em quando o não explicado se revela, e é isso que faz nascer a poesia. Só aquilo que não se sabe pode ser poesia".

"Não se faz poesia a frio. Isso não vai acontecer comigo. Sem o espanto eu não faço. Escrever só para fazer de conta, não faço. Eu vou morrer. O poeta que tem dentro de mim também. Tudo acaba um dia. Quando o poeta dentro de mim morrer, não escrevo mais. Não vou forçar a barra. Isso não vai acontecer...".

VEJA - PÁGINAS AMARELAS DE 26 DE SETEMBRO DE 2012.




Nenhum comentário:

Postar um comentário